Uma interessante história retirada do livro Contos desta e de outra vida relata a chegada de um homem que muitos consideravam santo nas portas do Paraíso.
Pretendia viver ali para sempre, mas foi recebido por um fiscal de São Pedro, que fez um extenso questionário a respeito de sua existência.
No final, embora demonstrando um profundo respeito pelo recém-chegado, deduziu que ele não estava pronto para entrar.
- Mas logo eu? replicou o homem.
Enquanto estive na Terra, respeitei todas as regras do Santo Caminho! Tenho aqui uma lista de todas as coisas boas que fiz!
- Pois eu também anotei algo sobre nossa conversa, respondeu o fiscal.
Vamos analisar ambas as listas.
- Cultivei o dom da prece...
- Sómente em seu próprio favor.
- Acreditei no poder da caridade...
- Mas jamais resolveu pratica-la.
- Nunca prejudiquei meus semelhantes...
- E tampouco nunca ajudou ninguém.
- Calei toda palavra ofensiva...
- Mas não abriu a boca para defender ninguém.
- Calculei todos os meus passos...
- Com medo de ser criticado.
- Jamais procurei defeitos no próximo...
- Contudo, não aproveitou os bons exemplos.
Desiludido, o homem calou-se.
O fiscal passou carinhosamente a mão na sua cabeça, dizendo:
- Não basta fugir do mal, é preciso fazer o bem.
Voce tem a consciência branca, se veste de branco, mas sua existência na terra também se passou da mesma maneira: em branco.
Volte, viva um pouco; quando retornar aqui as portas estarão abertas.
E o homem foi enviado de novo para a Terra.
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